Meu filho é dependente químico. O que faço?

 

Olá, meus queridos amigos, muito boa noite! Muito boa noite para todos vocês! Começando, com muito carinho, mais uma pílula noturna. Luz e paz, como sempre, ao seu coração!

Hoje eu gostaria de conversar um pouco com uma mãe, a senhora Marisa. Ela abriu seu coração para nós dizendo o seguinte: "Ricardo, tenho um filho com quem estou tendo graves problemas devido à dependência química há alguns anos. O pai dele nos abandonou, e eu o criei praticamente como mãe solteira. Sinto que ele tem uma revolta muito grande em relação à ausência do pai. Ele soube recentemente que o pai está vivo, mas não quis saber dele. Parece que, a partir daí, tudo ficou muito mais complicado. Confesso que não tenho estrutura para lidar com essa situação. Eu brigo com ele, eu grito demais, mas, ao mesmo tempo, eu culpo-me muito porque acho que eu não fui uma boa mãe. Infelizmente, vejo que ele tem seguido um caminho muito tortuoso. Parece que nada que falo entra no seu coração. Por favor, o que posso fazer?".

Dona Marisa, vamos lá. Primeira coisa: tenha calma, a senhora precisa se cuidar. É muito nítido que desafios existenciais pelos quais qualquer um de nós pode passar exigem um grande nível de esforço, de energia e até mesmo de maturidade. Todos nós passamos, cada um na sua realidade. Muitas vezes, nós ainda não temos maturidade, mas vamos aprender a ter. A senhora está nos contando na sua carta, naturalmente, o fato de ter sido abandonada pelo companheiro e de precisar criar o filho sozinha, o que é um grande desafio. Talvez essa pressão não lhe tenha feito muito bem. Acho que, dificilmente, faria bem a qualquer pessoa que estivesse no seu lugar, mas, pela sua fala - e digo isso com todo o respeito e carinho -, parece que falta a senhora cuidar de si. A senhora fala que, às vezes, briga com ele, que não tem mais paciência. O que acontece?

Ele só está reagindo a isso tudo. Pelo que entendi, ele se sente rejeitado por um pai que achava que estava morto, mas não morreu, não desencarnou, está bem presente e não o procura. De repente, ele tem dificuldade em expressar seus sentimentos, o que é algo muito comum em pessoas que passam por esse tipo de experiência. Assim, ao ver a senhora nervosa com ele, provavelmente ele não se sente à vontade para falar. Claro, a senhora não tem culpa e cobra dele no intuito de educá-lo, mas isso funciona como uma pressão a mais.

Resumindo: as drogas se tornam uma válvula de escape. Aliás, é exatamente neste tipo de contexto que a droga começa a ganhar espaço na alma humana: em um momento de dor, de incerteza. No instante em que nós não sabemos muito o que fazer, nós sentimos a necessidade de encontrar uma válvula de escape e, ao invés de nós buscarmos uma válvula de escape lúcida como o evangelho ou uma boa terapia, infelizmente nós procuramos o que nos parece ser mais fácil.

Em contrapartida, isso é disparadamente o mais perigoso e mais difícil. O caminho do vício não tem nada de fácil. Pode ser a bebida, pode ser o cigarro, pode ser qualquer outro tipo de vício que, infelizmente, aprisiona e cobra uma conta bastante alta pelo que nos propõe. Enfim, sugiro que a senhora se cuide, que a senhora procure uma terapia, que procure ajuda especializada.

Talvez a senhora também precise colocar para fora muita dor, muitas coisas pelas quais precisou passar, para deixar seu coração receptivo e cuidar do seu filho. Talvez, neste momento, a senhora precise cuidar de si, porque quem cuida também precisa de cuidado, inclusive para oferecer um cuidado ainda melhor para seu filho. É lógico que, paralelamente a isso, sempre deve haver a presença do evangelho no lar. Eu não sei se a senhora faz; eu entendi que não faz. A senhora deve trazer Deus para dentro de casa mas não apenas em uma oração esporádica ou em uma frase solta do tipo "meu Deus!" ou "se Deus quiser". Não!

A senhora deve trazer Deus como um valor fundamental para dentro de casa, agradecendo a comida, agradecendo tudo aquilo a que tem acesso, mesmo pelas dificuldades, aprendendo a trazer o evangelho como a fonte de renovação que talvez seu filho não tenha tido. De repente, exatamente por essa ausência é que ele acaba aceitando a influência que vem de fora. Casos como o da senhora Marisa estão presentes na maioria das famílias que passam por situações semelhantes. Viver na Terra não é fácil.

Entenda: não é fácil para ninguém, absolutamente ninguém. Cada um tem uma dificuldade em uma determinada área, uma pedra de tropeço em uma determinada área. Se nós nos desconectamos do autocuidado, se nós deixamos de nos cuidar, de cuidar das nossas próprias emoções, nós não conseguiremos reescrever nossa história de maneira mais saudável. É claro que nossa tendência é extravasar de maneira desequilibrada. A mãe ou o pai faz isso na forma como lida com o filho. Não é intencional, mas faz. Nós não podemos fechar nossos olhos para isso. Nós fazemos sem essa intenção. Consequentemente, o filho recebe essa história complicada e, por não ter maturidade, reproduz o mesmo comportamento.

Assim, temos um círculo vicioso, até que a virtude entre nesse processo, a virtude do perdão, a virtude da compreensão, a virtude do entendimento. Alguém precisa amadurecer no meio desse sistema, e o evangelho é uma grande bússola, é um grande apoio enquanto nós procuramos esse entendimento da vida, que não acontece da noite para o dia, mas existe.

Do contrário, Deus jamais permitiria que nós atraíssemos dificuldades com as quais não teríamos condições de aprender ou, mais importante, de superar. OK? Dona Marisa, luz e paz! Todo nosso carinho e apoio ao seu lar! Muitas vibrações positivas!

Não deixe de fazer o evangelho, de procurar apoio para seu filho. Aproxime-se dele falando o quanto a senhora o ama, sem desistir jamais. E procure ajuda para si mesma. Acho que a maneira mais rápida de ajudar seu filho, sem dúvida alguma, é auxiliando a senhora mesma. OK?

Meus amigos, um beijo grande no coração de vocês! Aproveitem o dia! Que Deus os proteja sempre! Luz e paz! Fique com Deus!

Obrigado por tudo e por compartilhar as pílulas Inspiradoras.

E você já sabe: até breve, até muito, muito breve!