A Mãe que salvou seu filho, salvando a si mesma...

 

Olá, meus queridos amigos, muito bom dia! Muito bom dia, muito bom dia! Começando, mais uma vez, com muito carinho, mais uma pílula. Luz e paz para você, para sua família e para toda sua existência!

Eu gostaria de conversar um pouco com vocês aqui, na nossa pílula, sobre um assunto muito profundo e especial. Aliás, todos os assuntos são importantes por si próprios, mas é interessante que alguns, em um determinado contexto, assumem um nível de relevância maior, como eu acredito que é o de hoje.

Eu gostaria de conversar com vocês sobre a capacidade de persistir na hora em que tudo parece indicar o contrário e, por isso, chegar onde quer. Olhem como isso é sério!

Recentemente conheci a história de uma senhora, uma mãe muito desesperada com a questão do filho dependente químico. Ela já tinha desistido de tudo e, inclusive, viveu o abandono completo do marido. Esse semana já falamos sobre um história similar. Ela teve de criar os filhos sozinhas, dois filhos e uma filha. Mas esse filho foi o que deu mais problema, foi o que teve muitas dificuldades, e chegou o momento em que não deu conta e pensou em suicídio. Foi muito complicado para essa mãe ter de lidar com essa situação toda sentindo-se fracassada. Imaginem só, coloquem-se no lugar dela.

É difícil, ela estava desestruturada, mas, graças a Deus, o menino não conseguiu, faltou pouco. Assim, ela percebeu o que estava acontecendo. Que ela não podia desistir jamais de si própria, porque ela tinha se largado para lá, não cuidava mais de si. Ela se sentia a pior mãe do mundo, uma mulher desacreditada, não tinha tido um novo relacionamento. Enfim, ela tinha se largado. Passada essa situação de tragédia, caiu uma ficha importante: ela tinha de persistir um pouco mais.

Mas olhem que interessante: ela entendeu que, para ajudar o filho a despertar, tinha de cuidar de si mesma primeiro. Meus amigos, não é fácil tomar esse nível de consciência.

Acreditem: não é fácil. O que provavelmente aconteceu?

O menino cresceu em um lar desestruturado, ele via a mãe sempre desanimada, tristonha, falando mal do pai, falando mal do futuro. Eles quase não rezavam, não falavam de Deus. Sabe aquele lar arrastado, com tudo complicado e difícil?

Claro, foi isso que ele aprendeu. A referência de vida que ele tinha era essa. Imaginem: ele voltava para a casa e via a mãe daquele jeito, ele saía de casa e levava a imagem da mãe daquele jeito. Então, ele acabou introjetando que a vida era assim. Nesse contexto, obviamente, chegou alguém com a promessa simplória de cheirar e fumar para aliviar a dor, e ele experimentou. Assim, começou mais um vício como, infelizmente, nós sabemos que acontece. Graças a Deus, o final dessa história é feliz.

Resumindo, quando chegou a esse ápice, a esse extremo de ele quase se matar, a mãe entendeu que, se ela própria não mudasse, não adiantaria simplesmente persistir com o filho, brigando e xingando, porque as coisas não iam funcionar. Foi aí que ela procurou ajuda espiritual e começou a olhar para dentro de si mesma. Ela reconheceu que também errou muito ao não buscar ajuda antes, que havia se tornado uma pessoa amarga ao não perdoar, ao não seguir a vida, que acabou desenvolvendo várias doenças que poderiam ter sido evitadas, porque eram de cunho emocional. E ela reconheceu que a própria mãe quis ajudá-la, que ela teve ajuda de amigas, mas se fechou para o mundo.

Acho que o momento mais difícil do despertar é quando nós aceitamos que poderíamos ter feito diferente e não fizemos. Porque, apesar da nossa dor intensa e excruciante, é mais cômodo nós nos sentirmos vítimas. É difícil isso, não é mesmo?

Parece que um lado nosso quer ficar guardado dentro da caixa, dentro do casco, como uma tartaruga, com medo de enfrentar a vida. No entanto, ao mesmo tempo, isso só piora as coisas. E, quando colocamos a cabeça para fora, vemos as coisas e temos aquela sensação de "eu não dou conta".

Nesse sentido essa senhora teve coragem de entrar dentro de si. Ela passou por um processo longo. Graças a Deus, ela fez terapia que a ajudou bastante, começou a trabalhar no meio espiritual, despertou-se, descobriu-se uma trabalhadora do evangelho magnífica, uma grande colaboradora do bem. Em paralelo, desenvolveu o evangelho no lar dentro de sua casa. Claro que, no início, o menino não queria saber de evangelho coisa nenhuma, não tinha esse hábito. Mas, com o passar do tempo e dos anos, o que aconteceu?

Ele começou a ver que a mãe mudou de verdade. A mãe pediu perdão para o filho, teve várias conversas com ele. No início, ele não queria aceitar, mas, com o passar do tempo, viu que a mãe havia mudado mesmo. E foi uma mudança genuína, de alguém que resolveu persistir de maneira sábia, cuidando de si mesma, despertando sua luz interior.

Ela teve de se perdoar primeiramente, para dar conta de deixar que uma nova mulher renascesse nesta existência. E, desse modo, essa nova mulher fez a diferença na vida do filho. Que essa história linda e maravilhosa de renascimento inspire-os neste sábado. O filho, graças a Deus, acabou seguindo os caminhos da mãe. Independentemente de você ter um problema na família, um problema de saúde, no trabalho ou o que for, lembre-se: as pessoas que nos amam são sim impactadas pelo nosso exemplo.

Portanto, não desista de você. Não que nós não possamos nos sentir, às vezes, mal ou com dificuldades. Não que nós tenhamos de fingir sermos, como diz o ditado, aquele rochedo que não se abala. Não, nós somos humanos e estamos em uma experiência humana. É lógico que quem está convivendo conosco sabe quem somos. A questão que está em pauta na pílula de hoje é você não se entregar à dor, à dúvida, não cair no buraco existencial do vitimismo, que é muito perigoso, por causa da dor pela qual está passando. Isso não resolve nada.

É sério: vitimismo não paga conta, não rejuvenesce ninguém, não traz marido de volta. É sério isso! Vitimismo não resolve nenhum problema de saúde. Nós precisamos aprender a lidar com nossas dificuldades colocando a cabeça para cima, enchendo nosso peito de coragem, nossa alma de fé e dando um passo adiante.

Nós já falamos disto aqui: é como uma pessoa que está dirigindo em uma neblina muito alta, em um nevoeiro. O que ela vai fazer se passar por um túnel escuro em um nevoeiro?

Vai diminuir a velocidade, porque não pode parar. Se ela parar, o carro que vem atrás bate no dela. Então, se sua vida está difícil, freie um pouco, mergulhe dentro de si, jogue fora alguns valores que não servem mais, reformule-se internamente, mas siga adiante. Você pode ter certeza de que quem está ao seu lado vendo seu esforço para ser uma pessoa otimista e do bem jamais vai deixar de lhe dar apoio. Imagine só o mundo espiritual superior! Que Deus os proteja e os ilumine! Um lindo sábado para vocês!

Obrigado a essa senhora e a tantas outras que nos inspiram com seus exemplos de vida e de amor. Fiquem com Deus! E você já sabe: obrigado por compartilhar as pílulas!

E até breve, até muito, muito breve!